A Rússia está travando uma guerra desgraçada contra a Ucrânia.     Ajude a Ucrânia!
  • Fernando Pessoa

    Msg30 A última nau → Tradução para Italiano

Compartilhar
Tamanho da fonte
Letras originais
Swap languages

Msg30 A última nau

Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
 
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
 
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço.
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
 
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
 
Tradução

L’ultima nave

Recando a bordo il re Don Sebastiano
E, alto levando, come un nome, l’insegna
Dell’Impero,
Partì l’ultima nave, sotto un sole sinistro,
Solitaria, tra pianti d’ambascia e di presago
Mistero.
 
Più non tornò. In qual’inesplorata isola
Approdò? Saprà tornar da quella sorte
Greve?
Dio veglia il corpo e la forma del futuro,
Ma la Sua luce lo irradia, sogno oscuro
E breve.
 
Ma quanto più manca l’anima alla gente
Tanto più l’anima mia atlantica s’esalta
E deborda
In me, in un mare fuori da tempo e spazio.
Io vedo nella foschia il tuo volto opaco
Che ritorna.
 
Ignoro l’ora, ma so che c’è quell’ora,
Dio la ritardi, e l’anima ancor la chiama
Mistero.
Sorgi come sole in me; e svanisce la nebbia:
Tu brandisci, come un tempo, l’insegna
Dell’Impero.
 
Fernando Pessoa: 3 mais populares
Comentários