A
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Ai Deus, u é meu amigo,
que nom m'envia mandado?
Ca preit'havia comigo,
ergo se fosse coitado
de morte, que se veesse
o mais cedo que podesse.
Quando s'el de mi partia
chorando fez-mi tal preito,
e disse quand'e qual dia,
ergo se fosse maltreito
de morte, que se veesse
o mais cedo que podesse.
E já o praz'é passado
que m'el disse que verria,
e que mi havia jurado,
sem gram coita, todavia,
de morte, que se veesse
o mais cedo que podesse.
E se eu end'al soubesse,
que nunca lhi bem quisesse.
João Lopes de Ulhoa: Κορυφαία 3
1. | Ai Deus, u é meu amigo. |
2. | Coit'haveria, se de mia senhor. |
3. | Quand'eu podia mia senhor. |
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A donzela inquieta-se: onde estará o seu amigo? É que ele jurou-lhe que voltaria o mais cedo que pudesse, salvo se estivesse muito ferido ou a morrer. E marcou-lhe mesmo o dia e a hora, prazos que já passaram, dizendo-lhe também que, se ela soubesse que ele não cumpria o prometido por outros motivos, tinha o direito de deixar de gostar dele.
As cantigas de amigo seguintes do trovador retomam o tema, pelo que é possível que formassem, em conjunto, um único ciclo.