Quando ele passa, o marujo português
Não anda, passa a bailar, como ao sabor das marés
E quando se ginga, põe tal jeito, faz tal proa
Só para que se não distinga se é corpo humano ou canoa.
Chega a Lisboa, salta do barco num salto
Vai parar à Madragoa ou então ao Bairro Alto
Entra em Alfama e faz de Alfama o convés
Há sempre um Vasco da Gama num marujo português.
Quando ela passa, franzina cheia de graça,
Há sempre um ar de chalaça, no seu olhar feiticeiro.
Lá vai catita, cada dia mais bonita,
E o seu vestido, de chita, tem sempre um ar domingueiro.
Passa ligeira, alegre e namoradeira,
E a sorrir, p'rá rua inteira, vai semeando ilusões.
Quando ela passa, vai vender limões à praça,
E até lhe chamam, por graça, a Rosinha dos limões.
Quando ela passa, apregoando os limões
A sós, com os meus botões, do vão da minha janela
Fico pensando, que qualquer dia, por graça,
Vou comprar limões à praça… e depois, caso com ela!
https://youtu.be/f_QzLA9-6CI