Uma vez o cinzento tornou-se um outro aspeto do azul
Apesar dos dias indiscretos
E as joias que neutralizam o terror
Será necessário inventar marcos
Porque a história se desvanece
Tu viste isso? Digo eu ao meu filho
Tu viveste? Pergunta o poeta?
Ilesas estão as coisas
Incólume o momento
E a questão embelezada pelo vento
Vimos bem lágrimas vaporizadas pela distância
De que precisamos então?
E de que ter medo
Quando a história se desvanece
Excluindo a questão da questão?
E é o coração que murmura
Em conivência com a serpente que o morde
Mas a beleza continua imparável
De vez em quando, uma tepidez se transforma
E o ar constrói a sua catedral
Branco como uma hesitação
O verão estala à volta de um bosquezinho de silêncio
Viste tu ? Digo eu ao meu filho
Tu viveste? Pergunta o poema
Quem espera então o timbre de sua voz?