• Luís de Camões

    Soneto 87 Foi já num tempo doce cousa amar,

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Foi já num tempo doce cousa amar,
enquanto m'enganava a esperança;
O coração, com esta confiança,
todo se desfazia em desejar.
 
Ó vão, caduco e débil esperar!
Como se desengana uma mudança!
Que, quanto é mor a bem aventurança,
tanto menos se crê que há de durar!
 
Quem já se viu contente e prosperado,
vendo se em breve tempo em pena tanta,
razão tem de viver bem magoado.
 
Porém quem tem o mundo experimentado,
não o magoa a pena nem o espanta,
que mal se estranhará o costumado.
 

 

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